A obesidade é uma epidemia mundial sendo caracterizada pelo acúmuo de gordura corporal,
podendo ser resultado de hábitos de vida inadequados, principalmente os alimentares. A ingestão
cada vez mais crescente de alimentos industrializados e processados leva a uma baixa ingestão de
nutrientes importantes para o desenvolvimento humano, dentre eles o magnésio, que é cofator
enzimático dede 300 reações metabólicas e está intimamente envolvido com o metabolismo dos
carboidratos. MÉTODO: Estudo observacional de corte transversal, descritivo e analítico com o
objetivo de avaliar os parâmetros dietéticos, sanguíneos e urinários do magnésio, associando-os
entre si e com fatores de risco metabólico, em mulheres com excesso de peso. A amostra foi
composta por 60 mulheres com excesso de peso que foram submetidas à avaliação clínica,
antropométrica, dietética e bioquímica (perfil glicêmico, lipídico, magnésio sérico e urinário). Foi
realizada a avaliação de grupos pelo test t Student e pelo teste de Mann Whitney. A avaliação de
associação entre os dados foi realizada através da correlação de Pearson ou Sperman.
RESULTADOS: Na população estudada foi encontrada uma média de índice de massa corporal
de 36,4 ± 5,9 kg/m2 e 86,7% da amostra tinha obesidade. A presença de alterações no perfil
glicêmico e dislipidemia foram de 37% e 78,9% respectivamente. Foi verificado média de
consumo de 173,8g/dia de magnésio, encontrando-se uma prevalência na inadequação de ingestão
do magnésio em 97,3%. A hipomagnesemia estava presente em 13,3% da população e a
hipomagnesuria em 44,2%. Aproximadamente 93,4% das pacientes pesquisadas apresentaram
alguma inadequação no estado do magnésio. Verificou-se que as pacientes com uma ingestão de
magnésio dietético inadequada possuíam maior IMC (p<0,05). As pacientes com alteração no
perfil glicêmico possuíam também menores níveis séricos de magnésio (p<0,05) e maior perda
urinária (p<0,05). Nas pacientes com baixos níveis de magnésio sérico foi encontrada correlação
negativa entre IMC e magnésio sérico (r = -0,750/p<0,01). CONCLUSÃO: Verificou-se na
população estudada uma alta prevalência de inadequação na ingestão de magnésio e uma elevada
inadequação do magnésio corporal total seja ela alimentar e/ou bioquímica. Os pacientes com
perfil glicêmico alterado foram os que apresentaram mais alterações nos níveis séricos e urinários
de magnésio.